sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Há 1 semana, era temporal. Daqueles que passam varrendo seus pensamentos, mas não para longe. Em círculos. O vento era forte e as nuvens, cinzas. Iam, levantavam poeira, cegavam meus olhos, me faziam virar para um lado, olhar para o outro. E eu não podia dizer que rumo tomava. Só sabia que estava nele, bem no meio. E como era incômodo, eu só tinha vontade de me encolher. Em um movimento para baixo, de recolhimento. Para o chão, de tristeza. Mas também sabia que levantaria a qualquer momento. Porque sabia que, quando o temporal passasse, abriria um lindo dia de sol. E eu daria tanto valor pra ele, que pareceria mais belo e intenso do que todos os anteriores.
Mas, espere. Acho que você também não precisa ficar quieto esperando o temporal passar. Sim, você precisa saber o que te faz sair dele. E eu soube. Eu senti um raio. Mas o raio era dentro de mim. E ele foi ganhando força, muita força, até que eu não precisei decidir mais nada. Simplesmente deixei ele, como fenômeno natural, se manifestar. Sentei e comecei a escrever. Era isso. O temporal, as nuvens cinzas e o vento sem sentido queriam apenas uma luz para que pegassem seu caminho e fossem embora. A luz do raio que saía de dentro de mim.
O raio era a minha expressão. Era dizer o que estava sentindo. Mas, antes disso, ouvir o que estava lá dentro. Tudo isso aconteceu, e eu sentei e comecei a escrever. Não à toa, mas com um objetivo. Sim, eu estava escrevendo também para mim, para o meu maior objetivo era escrever para um alguém. Um alguém que me manteve calada por muito tempo. 3, 4 anos. Talvez 5. Não, não foi porque ele me obrigou a me calar – pelo contrário, ele me pedia exaustivamente para que me comunicasse. Mas eu não conseguia. Era tão mais fácil emudecer, abafar, e mudar de lugar à procura do sol.
Mas dessa vez eu consegui. Escrevi com profundidade, intensidade e provocação (como ele mesmo, o destinatário, dias depois comentou). Não recuei. Estava ainda um pouco mexida com os ventos, envolta pelo misto de medo e valentia que uma tempestade costuma provocar.
Eu escrevi. Disse o que não dizia há 3, 4 anos. Talvez 5. E consegui dizer alguma coisa honesta. Alguma coisa que fugia ao escudo, à superficialidade e ao que eu fantasiava como ideal. Eu disse o que estava aqui dentro. Eu dei vazão ao raio sem moldá-lo, porque de tão forte que era, não me deu essa chance.
Obviamente não consegui fugir totalmente de um ou outro capricho em respeito à linguagem... e ao meu orgulho. À minha vaidade. Mas fiquei feliz com o resultado. Quando ficou pronto, senti que conseguiu carregar toda a força que tinha quando ainda estava dentro de mim. Eu consegui.
Então o céu rapidamente se abriu. As nuvens foram embora, o cinza deu lugar a um azul celeste. Eu não podia mais ouvir o vento que atormentava os meus ouvidos, e os meus olhos já podiam se abrir despidos de preocupação. Atentos. Leves. Eu estava feliz.
Quando a próxima tempestade chegar, eu vou tentar fazer isso de novo. Como parte da natureza, vou aproveitar a sua força, e deixar que ela também tempesteie o meu interior a ponto de ficar insustentável mantê-lo só pra mim. Aí eu vou falar. Para alguém. E depois dar as mãos para o temporal e dizer: nós conseguimos!



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Três anos depois, estou de volta. Tão nova, tão diferente, mas tão mais eu mesma. De acordo com o MBTI, tenho 90% de convicção na introspecção. Which means that... do muito que se passa na minha cabeça, pouco se expressa. Os pensamentos nascem, desenvolvem-se e morrem (ou sobrevivem) aqui dentro.Ou seja, tinha tanta coisa para escrever... mas pouco se externalizou. Mas volto a este blog por um motivo especial: nesses últimos anos, me apaixonei, dentre outras coisas, por cinema. Arrisquei um curso de crítica, e assisti a muitos filmes - os quais fui cuidadosamente listando em uma planilha e atribuindo notas. Acho a experiência de assistir um bom filme fascinante. Um tipo de cura, que desperta para a vida. Nos próximos posts, alguns dos filmes os quais poderia chamar de huellas indeleble.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade" - tks, Carlos Drummond de Andrade!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Lições de Terapia

#1: Experimenta (= entra na piscina p/ ver se ela tá fria).
#2: Não adicione camadas extra de sofrimento.
#3: É possível? Sim. É provável? Não.
#4: Aceita o sentimento que ele é inevitável e certo.
#5: Sentimento é tendência à ação. Mas isso ñ significa q vc vá agir.
#6: Assertividade. Pls, fale o que pensa.
#7: 8h dormindo, 8h fazendo o que não gosta. Você vai mesmo viver 1/3 da sua vida?
#8: Estou sendo observada... Comer é uma punição?
EXTRA: passando os dias escrevendo com a mão esquerda...
#9: Hmmm, tá saidinha hein? O que sou vs. o que "tenho" que ser.
#10: Com medo de elevador, tendo que encarar 25 andares para chegar em um primeiro lugar onde não quero...
#11: Pantozol por tempo indeterminado; no cafeína, álcool e chocolate à noite; comer 2h antes de deitar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo".

(Martha Medeiros - Jornalista e escritora)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Não se preocupe, tô só chorando a minha cota do dia...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Aquecendo

Não criem expectativas por este começo. A pressão do início é inibidora. Está teorizado em algum lugar que bastam poucos segundos para formarmos uma sólida e duradoura primeira impressão. Então, não vou me preocupar exatamente com o que vc está pensando agora. Aliás, esse espaço é justamente uma oportunidade de exercitar esse tipo de desprendimento.

Como estudante de Administração e profissional de Marketing, talvez eu deva começar pelo Objetivo. Mas aqui vou ser do contra. Mais um exercício de desprendimento.

O objetivo não interessa, mas existe uma razão: me construir. Anos de terapia e hj me deparo com algo que mexeu comigo: construir-se ao invés de se conhecer. Acho que acabei caindo no objetivo.

Por que Huella Indeleble? Deixo Almodóvar responder: "Hay ciudades, momentos, personas que a lo largo de mi vida me han ido dejando una huella indeleble".

Talvez vcs encontrem dessas coisas por aqui.